19/08/2007

Catarina de Aragao

Catarina de Aragão, Princesa de Espanha (16 de Dezembro, 1485 - 7 de Janeiro, 1536) foi a primeira rainha consorte de Henrique VIII de Inglaterra. Foi ainda a mãe da rainha Maria I. Catarina, durante a juventude, foi efusivamente aclamada pela beleza e inteligência. Conversava tanto em seu espanhol nativo, quando em latim, francês e, mais tarde, inglês. Quando rainha, seu tempo foi majoritariamente empenhado em obras de caridade, o que lhe conferiu o amor do povo inglês, sendo, até hoje, a rainha consorte mais amada por eles. Seu túmulo em Peterborought nunca está sem flores, apesar de passados quase cinco séculos desde sua morte. Catarina nasceu em Alcalá de Henares e foi a filha mais nova dos Reis Católicos Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela. Em 1501, Catarina casou com Artur Tudor, Príncipe de Gales, como contratado desde a infância dos dois. O casal foi viver para o País de Gales mas pouco tempo depois ambos caíram vítimas de uma epidemia, possivelmente cólera. Catarina sobreviveu, mas Artur não tornando-a numa viúva. De acordo com o seu próprio testemunho o casamento não fora consumado, o que foi a base da dispensa concedida pelo Papa Júlio II para uma segunda união com o cunhado Henrique, então Duque de York e herdeiro do trono. O casamento ocorreu apenas a 11 de Junho de 1509 depois da ascensão ao trono de Henrique VIII. Catarina era extremamente popular junto da população, quer como Rainha, quer como Princesa de Gales. Em 1513 chegou mesmo a servir como regente da coroa durante uma ausência de Henrique VIII a França. Após algumas gravidezes falhadas, Catarina deu à luz um rapaz, Henrique, que morreu pouco tempo depois. A sua última gravidez em 1516 resultou numa filha, a futura Maria I de Inglaterra. Depois de Maria, Catarina não voltou a conceber, o que deixou Henrique preocupado com a sucessão. A guerra das rosas como consequência de instabilidade dinástica estava ainda bem presente na memória colectiva. Particularmente preocupante para Henrique, um estudioso de questões teológicas, era a afirmação contida no Levítico de que se um homem casar com a mulher do irmão, o casamento será estéril. Convencido de que Catarina teria mentido quanto à consumação do casamento com Artur, Henrique VIII começou a procurar a anulação do casamento em 1527. Ao mesmo tempo, arrancara de Ana Bolena a promessa de que ela seria sua amante e futura mulher. No Vaticano a tomada de decisão arrastou-se por sete anos. As gestões de Thomas Wolsey não foram bem sucedidas. O Papa Clemente VII não parecia disposto a conceder a anulação por duas razões: primeiro esta sempre foi a doutrina da Igreja e o comportamento do Papado e depois poderia também ser visto como uma admissão de equívoco da Igreja que concedera validamente, segundo as regras canonicas, a dispensa, segundo porque Clemente era uma marioneta política nas mãos do Imperador Carlos V, sobrinho de Catarina, a quem não convinha o fim da união. Cansado de esperar, Henrique separou-se de Catarina em 1531 e em 23 de Maio de 1533, o Arcebispo da Cantuária Thomas Cranmer anulou a união sem aprovação do Vaticano. A implementação do Acto de Supremacia e a separação da Igreja Anglicana da Igreja de Roma, consumou a anulação. Catarina foi separada da filha, a princesa Maria, e exilada da corte para viver na província, embora com todos os previlégios de uma Princesa de Gales. Mas jamais aceitou o divórcio e a despromoção e continuou a assinar a correspondência como Catherine the Queen. Catarina morreu em 7 de Janeiro de 1536, vítima de uma doença prolongada, possivelmente cancro, e foi sepultada na Catedral de Peterborough com as honras de uma Princesa de Gales

Ana Bolena

Ana era filha de Thomas Boleyn, Conde de Wiltshire e de Isabel Howard, filha do Duque de Norfolk. A data e local do seu nascimento permanecem incertos no intervalo 1495-1509, sendo 1500 o mais provável. Ana foi educada nos Países Baixos, na corte de Margarida, Arquiduquesa da Áustria. Por volta de 1514, viajou para a corte francesa onde se tornou numa das aias da rainha Cláudia de Valois (mulher de Francisco I), onde aprendeu a falar francês e se familiarizou com a cultura e etiqueta deste país. Esta experiência haveria de se mostrar decisiva na formação da sua personalidade. Em Janeiro de 1522, Ana Bolena regressou a Inglaterra por ordens do pai e entrou ao serviço de Catarina de Aragão, a consorte do rei Henrique VIII de quem a sua irmã Maria Bolena era então a amante oficial. Neste período, Ana desenvolveu uma relação com Henry Percy, o filho do Conde de Northumberland, e os dois chegaram a estar secretamente noivos. O casamento foi impedido por Thomas Boleyn por razões incertas e Ana foi afastada da corte. Em meados de 1525, estava de regresso e no ano seguinte, substituiu a sua irmã mais velha nas atenções do rei. A princípio Ana rejeitou todos os avanços de Henrique VIII, mas em 1527 o rei pediu-a em casamento e ela aceitou, sem ceder em tornar-se sua amante. O início desta relação ao que tudo indica platónica, parece ter despoletado o desejo do rei em procurar o fim do casamento com Catarina de Aragão, que se aproximava da meia idade e já não parecia capaz de produzir um herdeiro varão para a casa de Tudor. O poder de Ana aumentou de forma exponencial. Tornou-se influente na diplomacia inglesa ao estabelecer uma relação de amizade com Monsieur de la Pommeraye, o embaixador francês que estava apaixonado por ela. O diplomata John Barlow era também um admirador e espiava no Vaticano às suas ordens. Em 1532, Henrique VIII tornou-a Marquesa de Pembroke, fazendo-a a primeira mulher a receber um título nobiliárquico de seu pleno direito. A sua família foi também beneficiada: o pai recebeu o Condado de Ormonde e o irmão George Boleyn tornou-se Visconde Rochford. Ana não era no entanto uma personagem popular. Em 1531 os apoiantes da rainha Catarina organizaram uma manifestação contra Ana Bolena que reuniu 8,000 mulheres nas ruas de Londres..

Joana Seymour

Jane era filha de Sir John Seymour e Margarida Wentworth. Trazida para a corte cedo, foi aia das rainhas Catarina de Aragão e Ana Bolena até atrair as atenções do rei. A sua ascensão coincidiu com a queda de favor de Ana Bolena e foi a vontade de Henrique VIII em casar com Joana que percipitou a execução da sua segunda mulher. O casamento realizou-se a 30 de Maio de 1536, menos de duas semanas depois da morte de Ana Bolena. Como rainha, Jane era a antítese da espalhafatosa Ana Bolena. A vida social da Rainha de Inglaterra reduziu-se e foram proibidas todas as manifestações de exagero nas roupas e nos modos de conduta. Era formal e séria e não tinha amizades masculinas, o que depois do escândalo ocorrido era sobretudo um ato de bom senso. Jane não interferiu diretamente na vida política, mas a sua ascensão a rainha consorte trouxe para a ribalta os seus dois irmãos Eduardo e Tomás Seymour (este último haveria de casar com Catarina Parr, a última mulher de Henrique VIII). O rei era absolutamente fascinado por ela e concedia-lhe todos os desejos, inclusivé a satisfação dos apetites exóticos resultantes da gravidez. Quando Jane morreu na sequência do parto do futuro Eduardo VI, Henrique VIII organizou-lhe um funeral monumental e declarou o luto na corte por muito tempo. De fato haveria de esperar 3 anos até ao seu próximo casamento. Jane está sepultada no Castelo de Windsor.

Ana de Cleves

Ana nasceu em Düsseldorf, filha de João III, Duque de Cleves, líder de um dos estados germânicos pioneiros na implementação do Movimento Protestante. A posição de Cleves face à Igreja Católica tornava-o num potencial aliado para Henrique VIII, chefe da recentemente (1533) criada Igreja Anglicana. A união era diplomáticamente valiosa e foi defendida entre outros por Thomas Cromwell, chanceler do reino. O pintor Hans Holbein, o Jovem foi então contratado para efectuar um retrato de Ana (imagem ao lado), cujo resultado em muito agradou a Henrique VIII. Quando Ana chegou a Inglaterra, ficou evidente o talento de Holbein, pois a pintura superava o modelo em atributos físicos. Ana não era uma mulher bonita e tinha a cara coberta de cicatrizes de varíola, prontamente disfarçadas no retrato. Henrique VIII ficou desconsolado com a escolha de noiva desde o primeiro momento, mas apesar disso casou com Ana a 6 de Janeiro de 1540, em Greenwhich. Uma das aias designadas para Ana foi Catarina Howard, uma jovem de quinze anos com quem o rei iniciou uma relação amorosa quase de imediato. O casamento com Ana foi anulado a 9 de Julho do mesmo ano, com base na não consumação, e pouco depois Henrique VIII casou com Howard. Ana decidiu ficar em Inglaterra e foi generosamente recompensada pelo incómodo do divórcio. Henrique VIII conferiu-lhe uma pensão, o usufruto do Castelo de Hever e os títulos de Princesa de Inglaterra e Irmã do Rei. No fim da vida, Ana converteu-se ao Catolicismo e tornou-se confidente das enteadas Maria e Isabel.

Catarina Howard

Catarina era filha de Edmundo Howard, sobrinha do terceiro Duque de Norfolk e prima de Ana Bolena. Durante a sua infância o pai foi o governador de Calais e Catarina cresceu na casa de sua avó, a Duquesa de Norfolk, que não lhe deu a atenção necessária, permitindo que ela desenvolvesse algumas relações amorosas. Em 1539, Catarina tornou-se aia de Ana de Cleves, futura rainha consorte de Henrique VIII. O rei no entanto, encantou-se dela e não da mulher o que precipitou o divórcio. A 28 de Julho de 1540 celebrou-se o casamento e Catarina tornou-se rainha de Inglaterra. Apesar da paixão que o rei lhe tinha e dos presentes luxuosos com que a cobria, Catarina não encontrou felicidade no casamento e tomou um favorito Tomás Culpeper, um cortesão. A verdadeira natureza desta relação continua por ser esclarecida, mas o certo é que ambos trocaram correspondência considerada incriminatória. Enquanto rainha, Catarina chamou à corte alguns dos seus antigos amigos, nomeadamente Francis Dereham, que tinha alegadamente sido seu amante em Norfolk e que se tornou no seu secretário particular. As companhias da rainha e o seu passado começaram a levantar suspeitas em 1541. De início Henrique VIII recusou-se a acreditar nas evidências, mas quando as cartas de Culpeper e Catarina apareceram mandou colocá-la sob prisão na Abadia de Middlesex. Catarina perdeu o título de rainha e foi repudiada. Em Dezembro, Culpeper e Dereham foram executados. Em Janeiro de 1542, Catarina começou a ser julgada por adultério, o que numa rainha era equivalente a traição. Considerada culpada, Catarina foi executada na Torre de Londres a 13 de Fevereiro de 1542. Diz-se que passou os últimos dias a ensaiar a sua execução. Os historiadores da dinastia Tudor continuam a debater se Catarina foi ou não culpada de adultério, ou se foi incriminada pelos inimigos da sua família. Todos concordam que de qualquer forma, Catarina foi uma mulher fútil.

Catarina Parr

Catarina era filha de Sir Thomas Parr e da sua mulher Maud Green. Com apenas 15 anos casou com Edward, Lord Borough, que morreu poucos anos depois. No princípio da década de 1530, Catarina casou de novo com John Neville, Lord Latimer. Após a morte de Latimer, Catarina tornou-se numa viúva de enorme fortuna e atraíu as atenções de Tomás Seymour, irmão de Jane Seymour, que retribuíu. Catarina e Seymour fizeram planos de matrimónio, mas o rei Henrique VIII apaixonou-se por ela e propôs-lhe casamento. Sem força política para recusar os avanços do rei, Catarina cedeu e tornou-se na sua sexta mulher a 12 de Julho de 1543. Enquanto rainha, Catarina procurou reconciliar o rei com as suas duas filhas, as princesas Maria e Isabel, então despromovidas à condição de bastardas. A sua relação com Henrique VIII não foi propriamente tranquila, sendo frequentes as discussões entre os dois. No entanto, dado que o foco da discórdia era teologia, Catarina nunca perdeu o favor político e Henrique apreciava a sua cultura e tenacidade intelectual. As suas convicções religiosas, que lhe valeram a censura de Henrique por ser demasiado Protestante, eram uma das características e influenciaram a sua enteada Isabel, de quem era especialmente amiga. Após a morte de Henrique VIII, Catarina conseguiu casar com o seu antigo apaixonado, Tomás Seymour. O casamento não foi provavelmente o que ela esperava, uma vez que Seymour se mostrava mais interessado no dinheiro dela e na Princesa Isabel, então a viver com o casal. Apesar disso, Catarina ficou grávida pela primeira vez, após quatro casamentos, e morreu de complicações relacionadas com o parto da sua filha Maria, que não lhe sobreviveu por muito tempo. Como todas as mulheres de Henrique VIII, Catarina Parr apareceu representada em filmes e séries sobre a vida do monarca, normalmente retratada como uma mulher culta e intelectual.

HENRY VIII

Henrique VIII, rei da Inglaterra de 1509 a 1547, foi amante de Ana Bolena, enquanto era casado com a espanhola Catarina de Aragão, durante anos. No sétimo, Bolena engravidou e, na esperança de que ela esperasse um menino, o monarca rompeu com a Igreja Católica para conseguir o divórcio e legitimar o provável herdeiro. Em 7 de setembro de 1533, nasceu Elizabeth. Não era o sucessor sonhado por Henrique VIII, mas o começo de uma nova Inglaterra, a Inglaterra da época dourada que propiciou a revelação de talentos como o do poeta e dramaturgo William Shakespeare, e período em que o país consolidaria a religião anglicana e se tornaria uma potência mundial. Para ter um filho saudável, Henrique VIII se casou seis vezes. Somente Jane Seymour, sua terceira mulher, lhe daria o esperado sucessor, Edward VI, que morreu com 16 anos, provavelmente de tuberculose, depois de reinar por apenas seis anos. Até ser coroada, Elizabeth viveu a maior parte dos seus dias afastada da corte, rejeitada pelo pai. Quando tinha menos de três anos, sua mãe foi decapitada, sob acusação de adultério. A lista dos amantes era longa. Incluía um menestrel, três membros da corte e seu próprio irmão, George. Historiadores modernos têm sérias dúvidas sobre a veracidade das acusações. A Elizabeth real alegrou a corte, mandou matar a rainha da Escócia e fez da Inglaterra uma potência mundial O que realmente desapontava Henrique VIII era a falta de herdeiros do sexo masculino. Se Ana Bolena fosse inocentada, o rei já tinha outro plano: acusá-la de bruxaria. Bolena tinha manchas grandes na pele, uma delas no pescoço, o que na época era considerado indicação de que a pessoa era bruxa. Elizabeth quase não tocava no nome da mãe. Quando falava dos pais, era somente para ressaltar sua semelhança com o rei. Graças à insistência de sua madrasta Catherine Parr, a sexta mulher do rei, Elizabeth foi educada da mesma forma que Edward. Tornou-se fluente em francês, italiano, grego e latim, o que lhe permitiu conversar com enviados e embaixadores sem intérpretes. Com a morte de Henrique VIII, Catherine Parr casou-se com o ambicioso Thomas Seymour, que já havia pedido a mão de Elizabeth e a de sua irmã mais velha, Mary Tudor, filha de Catarina de Argão, mas foi rejeitado pelas duas. Agora, todos moravam sob o mesmo teto. Mas por pouco tempo. Elizabeth foi mandada embora depois que Catherine flagrou seu marido abraçando-a. Os boatos foram mais cruéis: Seymour teria engravidado Elizabeth.

Castelo Hever

Hever Castle é um palácio fortificado no Kent, Inglaterra (na aldeia de Hever). Foi o local da família Bolena. Originalmente era uma casa de quinta construida no século XIII e convertida numa mansão em 1462 por Geoffrey Bolena, que serviu como "Lord Mayor" de Londres. O resto da constração de madeira ainda se pode ver entre as paredes de pedra da fortificação. Algum tempo depois, em 1505, a família Bolena mudou-se para Hever Castle vinda de Blickling Hall, com Ana Bolena (e os seus irmãos, Maria Bolena e George Bolena). Apesar de Ana provavelmente não ter nascido aqui, foi neste palácio que cresceu durante algum tempo até viajar para os Países Baixos e depois para a Corte de França para ser educada entre 1513 e 1521. Depois disso Ana casou com o Rei Henrique VIII de Inglaterra, Tendo ela e o seu irmão George sido executados em 1536 e o seu pai, Thomas Bolena, morrido em 1539, a propriedade passou então para a posse de Henrique VIII que a concedeu a Ana de Cleves quando se divorciou dela em 1540, mas provavelmente Ana de Cleves passou pouco tempo aqui. Castelo e CottagesO edificio passou subsequentemente por de vários donos, incluindo a família Waldegrave em 1557 e a família Meade Waldo entre 1749 e 1903. Durante este último periodo o castelo teve poucas obras de manutenção tendo sido danificado por vários arrendatários privados, até que foi adquirido e completamente restaurado pelo milionário norte-americano William Waldorf Astor, que o usou como residência de família. A propriedade é agora um centro de conferências, mas o castelo está aberto ao públicoe é particularmente bem conhecido pelos seus labirintos. A única parte original de Hever Castle é a magnífica portaria. No castelo existem também vários instrumentos de tortura. Existe um labirinto de teixos, plantado em 1904, tal como uma adição mais recente, o labirinto de água, inaugurado em 1987. O jardim é extenso e da mais alta qualidade, com uma larga variedade de estruturas, incluindo um jardim italianizado, roseirais e lago